Justiça determina liberdade provisória de acusado de mandar matar a própria irmã no Piauí e MP recorre contra decisão - Justiça
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Justiça determina liberdade provisória de acusado de mandar matar a própria irmã no Piauí e MP recorre contra decisão

MP aponta risco à ordem pública, coação de testemunhas e descumprimento de medidas protetivas no caso do feminicídio da advogada Valdenice Gomes


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O Ministério Público do Piauí (MPPI) interpôs recurso nesta quarta-feira (17) contra a decisão da justiça que concedeu liberdade provisória a Narciso Gomes Celestino. Ele é acusado de ser o mandante do feminicídio da própria irmã, a advogada Valdenice Gomes Celestino Soares.

O crime teve grande repercussão e envolve três réus. Adelaido Gomes Celestino é apontado como executor dos disparos e também é irmão da vítima; Narciso Gomes Celestino, como mandante e instigador; e Gabriel da Silva Celestino, sobrinho da vítima, é acusado de ter auxiliado na fuga do executor após o crime. O feminicídio ocorreu em 3 de março de 2025, na localidade rural Jorge, zona rural de Paulistana, no interior do Piauí. Valdenice foi morta com oito disparos de arma de fogo, conforme laudo pericial anexado aos autos.

  

Narciso Gomes Celestino e a advogada Valdenice Gomes Celestino Soares
Reprodução

   

As investigações conduzidas pela Polícia Civil do Piauí (PCPI) indicam que o homicídio foi motivado por conflitos familiares e patrimoniais relacionados à disputa de terras herdadas. Segundo o MPPI, Narciso teria incentivado diretamente a execução do crime, exercendo forte influência sobre o irmão Adelaido, responsável pelos disparos. Já Gabriel, filho do executor, teria dado apoio logístico à fuga após o assassinato.

Atualmente, Adelaido Gomes Celestino encontra-se foragido há mais de nove meses. Gabriel da Silva Celestino, por sua vez, foi colocado em liberdade no dia 14 de outubro deste ano, por decisão do Tribunal de Justiça do Piauí, após a defesa obter habeas corpus.

No recurso apresentado à Justiça, o Ministério Público argumenta que a liberdade de Narciso representa grave risco à ordem pública, à instrução criminal e à aplicação da lei penal. O órgão ministerial destaca a periculosidade do réu, o histórico de descumprimento de medidas protetivas anteriormente concedidas à vítima e a existência de indícios de coação de testemunhas ao longo do processo.

O MPPI também ressalta que, embora a instrução da primeira fase do procedimento do Tribunal do Júri já tenha sido concluída, a manutenção da prisão preventiva é essencial diante das particularidades do caso. O processo tramita em uma cidade de pequeno porte, marcada por forte divisão familiar, e há relatos de testemunhas que sofreram intimidações, o que, segundo o órgão, cria um ambiente de insegurança e fragilidade para a persecução penal. Nesse contexto, a liberdade do acusado pode comprometer a lisura do julgamento e colocar em risco a integridade física e psicológica das testemunhas.

Outro ponto destacado no recurso é que Narciso Gomes Celestino e Adelaido Gomes Celestino já foram pronunciados em outro processo, referente à tentativa de homicídio contra Gesiel Levi Soares da Silva, ex-companheiro de Valdenice. O crime ocorreu em 2021 e também será julgado pelo Tribunal do Júri da comarca de Paulistana.

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Fonte: Portal A10+


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