Juiz nega pedido de revogação e mantém prisão preventiva da vereadora Tatiana Medeiros em Teresina - Polícia
DECISÃO

Juiz nega pedido de revogação e mantém prisão preventiva da vereadora Tatiana Medeiros em Teresina

A defesa solicitou revogação da prisão preventiva argumentando que a liberdade da parlamentar não oferecia risco à investigação


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O juiz Luís Henrique Moreira Rêgo, do Juízo das Garantias do Núcleo I da Justiça Eleitoral, negou o pedido da defesa da vereadora Tatiana Medeiros e manteve a prisão preventiva dela. A decisão, obtida pelo A10+, negou o pedido baseado na gravidade das acusações e o risco à ordem pública e à investigação, considerando a tentativa de destruir provas e influenciar testemunhas. 

A vereadora está presa desde o dia 03 de abril após uma investigação da Polícia Federal apontar que a campanha dela teria sido financiada com recursos ilícitos oriundos de facção criminosa, bem como de desvios de recursos públicos de sua instituição “Vamos Juntos”. A parlamentar segue presa sede do Quartel do Comando Geral da Polícia Militar do Piauí desde então. 

 

Saiba quem é Tatiana Medeiros, vereadora eleita alvo da PF e que teve envolvimento com faccionado em Teresina
Reprodução/Internet

  

A defesa da parlamentar entrou com um pedido de revogação da prisão preventiva durante a audiência de custódia, argumentando que “a liberdade da investigada não representaria óbice às investigações em seu atual estágio” e que “medidas cautelares diversas da prisão seriam providências suficientes.” No entanto, o juiz negou o pedido destacando a gravidade das acusações, possibilidade de continuidade dos crimes e que as alternativas à prisão não seriam eficientes. “a atuação de TATIANA MEDEIROS [...] foi dotada de gravidade concreta [...] não há que se falar em suficiência das medidas alternativas”, concluiu. 

E a OAB? 

Como a vereadora também é advogada, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/PI) pediu para acompanhar o processo, defendendo as prerrogativas da advogada Tatiana, como, por exemplo, o direito de ficar presa em sala especial (Estado Maior). O Ministério Público foi contra, mas o juiz permitiu a atuação da OAB, reconhecendo que algumas garantias valem só pelo fato de ela ser advogada, mesmo que o crime não esteja ligado à profissão.

Entenda o caso 

A vereadora Tatiana Medeiros (PSB) foi presa, no dia 03 de abril de 2025, em sua residência durante a Operação Escudo Eleitoral, deflagrada pela Polícia Federal. O A10+ apurou que a prisão envolve compra de votos nas eleições de 2024. A parlamentar está no centro de uma polêmica após a prisão do então namorado membro de uma facção criminosa.  

"A investigação, iniciada após a divulgação dos resultados das Eleições 2024, identificou elementos que apontaram vínculo entre candidata eleita ao cargo de vereadora na capital piauiense e expoente de facção criminosa violenta com grande atuação no estado. Há indícios de que a campanha eleitoral da parlamentar foi custeada com recursos ilícitos oriundos de facção criminosa, bem como de desvios de recursos públicos de uma instituição não governamental", afirmou a PF.

  

Alegando viagem de descanso, vereadora Tatiana Medeiros estava com o namorado, foragido da justiça, em hotel de BH
Reprodução

   

Além das medidas judiciais citadas, o Juízo Eleitoral determinou a suspensão das atividades da ONG, com o consequente impedimento de receber qualquer novo aporte de recursos, e a proibição dos suspeitos afastados de suas funções de frequentarem os locais que trabalhavam e de manter contato com outros servidores.

A vereadora eleita Tatiana Medeiros, antes de assumir uma cadeira na Câmara Municipal de Teresina, esteve envolvida em um escândalo sobre suposto financiamento de campanha por facção criminosa durante as eleições de 2024.

Eleição

Candidata pelo PSB, ela obteve quase 3 mil votos na capital piauiense. Durante a campanha, Tatiana levantou a importância do Ativismo Social e religiosidade, principalmente, por meio do seu instituto "Vamos Juntos", localizado na Avenida Boa Esperança, zona Norte da capital, que atende famílias em vulnerabilidade social. Nas redes sociais, ela compartilha a rotina de ações e projetos em comunidades.

Conforme o site do Tribunal Superior Eleitoral, o total líquido de recursos recebidos durante a campanha foi de R$ 38.881,00, sendo que o total de despesas contratadas chega a R$ 12 mil. 

Antes de ser presa, vereadora alegava perseguição

A vereadora Tatiana Medeiros afirmou em coletiva de imprensa, no dia 01 de abril, que estava sendo vítima de perseguição política após a decisão de afastamento do cargo de secretária geral da comissão executiva do PSB. A medida se dá mediante a citação do nome da parlamentar em uma investigação da Polícia Federal que apura o envolvimento de facções criminosas nas eleições municipais de Teresina. 

Tatiana Medeiros afirmou que, apesar da decisão do presidente municipal do partido, Washington Bonfim, ela não pretende desistir e que só ‘falta mandarem matá-la’. A parlamentar está no centro de uma polêmica após a prisão do então namorado que pertence a uma facção criminosa.

“Perseguição política e ninguém vai me parar. A única coisa que vai me parar é se mandar me matarem, que é o que está faltando. Não está faltando nada. Ele  falou vamos esperar as investigações e todo o devido processo e nem sequer um processo abriram contra mim. O partido simplesmente jogou na minha mesa unilateral, me desrespeitando em não só a mim, mas a mais de 3 mil vozes que foram para as urnas democraticamente. Esse mandado foi democrático”, dispara.

Fonte: Portal A10+


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