A família de Janaína Bezerra e as pessoas que acompanhavam o resultado do julgamento de Thiago Mayson ao lado da mãe da vítima estão indignadas com a pena que foi dada ao réu; Thiago Mayson da Silva Barbosa, acusado de estuprar e matar a estudante, foi condenado neste sábado (30) a 18 anos e seis meses de cadeia.
Halda Regina, membro da Frente Popular de Mulheres contra o Feminicídio, grupo que tem acompanhando a mãe de Janaína, dona Maria do Socorro, em todos esses momentos, relatou em entrevista à TV Antena 10 que esperava-se uma pena de cerca de 70 anos. Ela falou que todos estão tristes e que o sentimento é ainda de impunidade.
“A gente estava esperançoso desse caso ser julgado como um caso de feminicídio devido às próprias provas que existiam. Ficamos esse tempo todo acompanhando e pensando que não seria uma pena branda, que seria uma pena máxima pela crueldade. Foi um crime muito cruel e isso afeta nossa dignidade como pessoa, como mulher e como mulher negra. Eu estou indignada com isso é o Piauí precisa fazer alguma coisa. A gente acredita que o Ministério Público e os advogados vão recorrer. A gente não pode aceitar de forma nenhuma”, disse.
Ainda em entrevista à TV Antena 10, Halda relatou que a mãe de Janaína está desolada com a condenação; ela relatou que uma pena maior não traz a vítima de volta, mas deixa uma sensação de justiça, o que não teria acontecido.
“Esperávamos no mínimo 30, 40, ate 70 anos. A gente acompanhou a dona Socorro e ela está desolada, ela não acredita no que aconteceu, pra ela é surreal isso. Isso não traz a Janaína de volta, mas faria acreditar que a justiça existe”, contou.
Condenação
O julgamento de Thiago Mayson começou na manhã desta sexta-feira, perdurou durante todo o dia e o resultado de sua condenação saiu nas primeiras horas da manhã deste sábado (30). Adiado por duas vezes, a sessão do Tribunal Popular do Júri aconteceu em meio a protestos e pedidos de justiça no Fórum Cível e Criminal de Teresina. A sentença será cumprida inicialmente em regime fechado. O caso repercutiu em todo o país pela brutalidade e requintes de crueldade.
O assassino foi condenado pelos crimes de homicídio qualificado, por emprego de meio cruel, estupro de vulnerável, vilipêndio de cadáver e fraude processual. A qualificadora de feminicídio foi rejeitada pelos jurados, o que impactou na pena “abaixo do esperado” pela acusação.
Relembre o caso
Janaína Bezerra, de apenas 22 anos, foi assassinada em uma sala da UFPI, após calourada ocorrida entre a noite de sexta-feira, 27 de janeiro, e a madrugada de sábado, dia 28. Thiago foi preso horas depois e teve a prisão preventiva decretada pela justiça no domingo, dia 29.
Em depoimento à polícia, ele contou que já conhecia a vítima e teriam “ficado” em outras ocasiões. Ele relatou que estavam em uma “calourada” na UFPI e que por volta das 2h convidou a jovem para seguirem a um corredor e em seguida se dirigiram a uma das salas de aula onde praticaram sexo consensual e que após a prática sexual a vítima teria ficado desacordada por duas ocasiões, sendo a última por volta das 4h.
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