Thiago Mayson, acusado de estuprar e matar estudante Janaína Bezerra, vai a júri popular

Juiz Antônio Nollêto também manteve a prisão preventiva do acusado

Thiago Mayson da Silva Barbosa, de 28 anos, acusado de estuprar e matar a estudante de jornalismo, Janaína da Silva Bezerra, de 22 anos, após calourada na Universidade Federal do Piauí, em Teresina, vai a júri popular. A decisão do Juiz de Direito da 1ª Vara do Tribunal Popular do Júri, Antônio Reis de Jesus Nollêto, também manteve a prisão preventiva do acusado.

  
Thiago Mayson Reprodução
 
 
 

Mesmo com a decisão, ainda não há data definida para o julgamento. Thiago foi denunciado por homicídio com duas qualificadoras, meio cruel e feminicídio e outros três crimes: estupro de vulnerável, fraude processual e vilipêndio de cadáver.

A denúncia feita pelo Ministério Público teve como base o inquérito da Polícia Civil presidido pela delegada Natália Figueiredo, do Núcleo de Feminicídio do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP). De acordo com as investigações, o assassino chegou a fazer foto da vítima durante a violência, enquanto ela sangrava. Ele chegou a apagar imagens do aparelho, mas elas foram recuperadas pela polícia.

  

Janaína Bezerra foi estuprada e morta após calourada dentro da UFPI Reprodução

   

O que diz a polícia?

Em entrevista ao A10+, a delegada Nathália Figueiredo, responsável pelo caso, revelou que o crime foi cometido de forma bastante cruel. O acusado foi indiciado pelo crime de homicídio duplamente qualificado por dolo eventual.

A delegada pontuou ainda que outros dois crimes serão considerados, entre eles, o estupro e vilipêndio de cadáver (pela violência após a morte da vítima). De acordo com as investigações, Thiago fez imagens da vítima ainda viva, mas em situação de muita vulnerabilidade.

  

Delegada Nathália Figueiredo
Jade Araújo / A10+

   

"O celular dele foi apreendido. Tivemos acesso e conseguimos recuperar imagens registradas pelo autor, tanto após a primeira violência sexual, ele também fez um vídeo entre a primeira e segunda violência, em que ela estava com vida, mas visivelmente desnorteada. Segundo registro com ela já morta, muito ensanguentada, apresentava ejaculação nas pernas, vimos um volume maior de sangue. Também tem um registro dele mostrando a mão ensanguentada, entendemos que ali era como se tivesse utilizando a imagem como troféu em relação a violência sexual contra a vítima", disse a delegada.

Ainda segundo a investigação, a morte de Janaína se deu através de asfixia causada pela luxação da região cervical. Isso foi causado, de acordo com a delegada, no contexto da violência sexual que a vítima sofreu. Ela não descartou a participação de terceiros no caso, mas isso ainda será investigado.

"Com registros [filmado] a gente constatou duas violências sexuais. Ele também teria dito no interrogatório que praticou dois atos sexuais, tivemos elementos para achar isso através das imagens que ele mesmo registrou. Uma mais cedo, por volta de 3h45, o vídeo é por volta das 4h e a foto com ela sem vida, ensanguentada, por volta das 5h da manhã", completou.

Janaína Bezerra, de apenas 22 anos, foi assassinada em uma sala da UFPI, após calourada ocorrida entre a noite de sexta-feira, 27 de janeiro, e a madrugada de sábado, dia 28. Thiago foi preso horas depois e teve a prisão preventiva decretada pela justiça no domingo, dia 29.

Caso Janaína Bezerra: promotor diz que assassino tem traços de psicopata; MP quer condenação máxima

O processo que apura a morte da estudante de jornalismo Janaína Bezerra, 22 anos, corre em segredo de justiça. Um mês após o crime bárbaro o promotor Benigno Filho, da 13º promotoria, explicou como o processo está sendo conduzido. Em entrevista ao A10+, ele destacou que o acusado do crime, o mestrando Thiago Mayson, de 28 anos, possui 'distúrbios psicossociais'. Ele expressou sua indignação com o assassinato e pediu penas mais duras para que crimes como esse não voltem a acontecer.

A jovem, segundo a polícia, foi abusada sexualmente e teve o pescoço quebrado na madrugada de sábado (28) após uma calourada que acontecia nas instalações da Universidade Federal do Piauí (UFPI). Em entrevista, o promotor relatou que pela brutalidade e crueldade do crime, Thiago possui distúrbios, mas que o papel do Ministério Público é provar a crueldade dele no momento da execução do crime.  

  

O Promotor de Justiça João Mendes Benigno Filho
Laura Parente/ A10+

   

O representante do Ministério Público também destacou que se debruçou sobre o processo e que o detalhamento das agressões que Thiago Mayson cometeu contra a estudante deixou a equipe espantada. A denúncia já foi enviada à justiça. 

"O laudo cadavérico que foi feito pela legista descreve com análise de profundidade como foi a brutalidade do corpo daquela garota. A equipe da 13ª promotoria analisando todo esse processo, os fartos documentos e provas. Nós ficamos espantados pelo modo com que ele tratou aquela menina... veja que nós temos muitos casos de homicídio aqui com crueldade, mas além de ser um crime praticado com todas as características de crueldade, ela não teve defesa, ele aproveitou da ingenuidade daquela garota", completou Benigno Filho.

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