Caso Janaína Bezerra: promotor diz que assassino tem traços de psicopata; MP quer condenação máxima - Geral
CRIME

Caso Janaína Bezerra: promotor diz que assassino tem traços de psicopata; MP quer condenação máxima

Um mês depois, o A10+ conversa com o promotor Benigno Filho que dá detalhes sobre o caso e faz novas revelações


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O processo que apura a morte da estudante de jornalismo Janaína Bezerra, 22 anos, corre em segredo de justiça. Um mês após o crime bárbaro o promotor Benigno Filho, da 13º promotoria, explicou como o processo está sendo conduzido. Em entrevista ao A10+, ele destacou que o acusado do crime, o mestrando Thiago Mayson, de 28 anos, possui 'distúrbios psicossociais'. Ele expressou sua indignação com o assassinato e pediu penas mais duras para que crimes como esse não voltem a acontecer. 

A jovem, segundo a polícia, foi abusada sexualmente e teve o pescoço quebrado na madrugada de sábado (28) após uma calourada que acontecia nas instalações da Universidade Federal do Piauí (UFPI). Em entrevista, o promotor relatou que pela brutalidade e crueldade do crime, Thiago possui distúrbios, mas que o papel do Ministério Público é provar a crueldade dele no momento da execução do crime. 

  

Janaína Bezerra foi estuprada e morta após calourada dentro da UFPI
Reprodução

   

"O modo com que ele praticou a agressão, a brutalidade, a crueldade, que é uma qualificadora que ele vai responder por ela, é que leva ao ao Ministério Público a frear um pouco e analisar com mais detalhe, com mais carinho a personalidade desse rapaz. Tudo indica que ele tem um distúrbio, mas isso aí será provado em laudos", disse o promotor.

O representante do Ministério Público também destacou que se debruçou sobre o processo e que o detalhamento das agressões que Thiago Mayson cometeu contra a estudante deixou a equipe espantada. A denúncia já foi enviada à justiça. 

"O laudo cadavérico que foi feito pela legista descreve com análise de profundidade como foi a brutalidade do corpo daquela garota. A equipe da 13ª promotoria analisando todo esse processo, os fartos documentos e provas. Nós ficamos espantados pelo modo com que ele tratou aquela menina... veja que nós temos muitos casos de homicídio aqui com crueldade, mas além de ser um crime praticado com todas as características de crueldade, ela não teve defesa, ele aproveitou da ingenuidade daquela garota", completou Benigno Filho.

  

Promotor defende pena máxima para acusado de matar estudante em calourada Anna Paula Couto/ A10+

   

Na ocasião, ele também explicou que ainda não é possível dizer quantos anos de prisão Thiago Mayson poderá pegar, caso seja condenado, mas destacou que o Ministério Público vai trabalhar para que ele seja condenado a pena máxima. O acusado responderá por 4 crimes (homicídio qualificado pela crueldade e pela qualificadora do feminicídio, vilipêndio de cadáver, estupro de vulnerável e fraude processual).

"São quatro crimes distintos, será que um cidadão que comete esses quatro crimes o conselho de sentença vai perdoar esse cidadão ou vamos mostrar para o conselho quatro crimes e não vamos esperar uma pena máxima por cada crime que ele tenha praticado?", indagou.

O Ministério Público já fez a denúncia e, de acordo com o promotor, o acusado foi citado no dia 24 de fevereiro e tem 10 dias para apresentar a defesa para iniciar a instrução criminal. O promotor também se indignou com o crime e pediu penas mais duras para os criminosos.


"A sociedade luta para que num desfecho desse o cidadão pegue uma pena e seja recolhido ao sistema penitenciário para uma reflexão, um tratamento, se for o caso, e depois nós temos o famoso retorno à sociedade. O que não acontece com a vítima, a mãe, os pais dessa criança perderam ela e acabou-se. Ele queria dar um fim no corpo, não praticou outro tipo de crime, porque o vigilante chegou na hora, isso que nós temos que ver, é saída temporária, progressão de regime. É recurso, apelação, o criminoso tem direito a tudo nesse país, até ser legislador, enquanto isso a família da vítima só tem direito a ir no cemitério acender uma vela e rezar por ela", finalizou. 

Janaína Bezerra, de apenas 22 anos, foi assassinada em uma sala da UFPI, após calourada ocorrida entre a noite de sexta-feira, 27 de janeiro, e a madrugada de sábado, dia 28. Thiago foi preso horas depois e teve a prisão preventiva decretada pela justiça no domingo, dia 29.

O que diz o acusado?

Thiago Mayson passou por audiência de custódia na tarde de domingo (29). Em depoimento à polícia, ele contou que já conhecia a vítima e teriam “ficado” em outras ocasiões. Ele relatou que estavam em uma “calourada” na UFPI e que por volta das 2h convidou a jovem para seguirem a um corredor e em seguida se dirigiram a uma das salas de aula onde praticaram sexo consensual e que após a prática sexual a vítima teria ficado desacordada por duas ocasiões, sendo a última por volta das 4h.  

  

Thiago Mayson é acusado de estuprar e matar Janaína Bezerra Reprodução

   

Ele alegou que permaneceu ao lado do corpo da vítima durante toda a madrugada e solicitou socorro à segurança da Universidade por volta das 9h de sábado (28), que conduziu a vítima ao Hospital da Primavera, onde foi constatado o óbito. Segundo o IML, a causa da morte aponta para trauma raquimedular por ação contundente, ou seja, houve uma contusão na coluna vertebral a nível cervical, o que causou lesão da medula espinhal e a morte.  

O delegado Barêtta, coordenador do DHPP, relatou ao A10+ que Janaína foi violentada em uma sala no prédio do Programa de Pós-Graduação em Matemática. Na sala foi encontrado um colchão ensanguentado. De acordo com a legista, a ação contundente pode ter sido causada por pancada, torcendo a coluna vertebral ou traumatizando, ação das mãos no pescoço com intuito de matar ou fazer asfixia, queda, luta, dentre outras possibilidades que estão sendo analisadas junto às investigações do caso.

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Fonte: Portal A10+


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