Acusado de matar cabo Samuel Borges é condenado a 9 anos de prisão no Piauí - Justiça
DECISÃO

Acusado de matar cabo Samuel Borges é condenado a 9 anos de prisão no Piauí

Durante julgamento, Francisco Ribeiro alegou legítima defesa; crime ocorreu em 2019


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O ex-policial militar Francisco Ribeiro dos Santos Filho foi condenado a 9 anos de prisão em regime fechado por matar a tiros o cabo Samuel de Sousa Borges. A vítima foi executada na frente do filho de 8 anos em fevereiro de 2019 na zona Leste de Teresina. A decisão foi proferida pelo juiz Antônio Reis de Jesus Nollêto, da 1ª Vara do Tribunal Popular do Júri, na noite desta quarta-feira (28). 

Acusado de matar cabo Samuel Borges é condenado a 9 anos de prisão no Piauí
Reprodução

   

Os familiares de Samuel Borges ficaram revoltados com a sentença e afirmaram que irão recorrer. Na tarde de quarta (28), durante julgamento, Francisco Ribeiro chorou e relatou que agiu em legítima defesa. No entanto, o Ministério Público já havia contestado a tese e afirmou que um vídeo gravado pela própria vítima afasta a possibilidade de que o homicídio tenha sido cometido em legítima defesa. O cabo Samuel Borges foi morto a tiros nas proximidades de uma escola em fevereiro de 2019. Na época, o acusado do crime chegou a ser espancado por populares. 

Mais cedo, familiares de Samuel Borges fizeram uma manifestação em frente ao Tribunal de Justiça do Piauí com o intuito de chamar atenção para o caso e também para que o mesmo seja enfim elucidado e encerrado. Eles pediram a condenação máxima de Francisco Ribeiro.

No interrogatório, o réu afirmou ainda que o cabo Samuel Borges lhe xingou e que estaria alterado no dia do caso. O acusado explicou que não estava cometendo nenhum crime e que não entendia o motivo de ter sido abordado por ele. Francisco comentou que a vítima não estava fardada e que lhe perseguiu.

 

Após vários adiamentos, julgamento ocorre nesta quarta
Thracy Oliveira / TV Antena 10

  

“Me dirigi para a minha moto para ir embora e achava que estava resolvido, foi no momento em que o Samuel correu até a minha moto, não deixou eu ir embora e começou a gravar novamente. Pegou a minha chave, correu e jogou dentro de um terreno baldio. Ele se virou no intuito de pegar a arma novamente e para defender disparei em direção a arma que ele ia pegar. Efetuei o disparo em direção na mão em que ele puxaria a arma para mim. Naquele momento devido à discussão acalorada, eu não observei se a criança estava lá. Os meus olhos estavam voltando a ele, ele tava armado, me ameaçando. Depois que disparei em direção a mão, não sei onde pegou, os seguranças vieram, recolheram a minha arma, eu voluntariamente entreguei a pistola; eu não resisti até porque poderia se quisesse", explanou.

O réu contou que ficou em estado de choque e que não sabia o que fazer. Relembrou que após o caso, foi algemado e agredido. Emocionado, Francisco contou que não saiu de casa para cometer nenhum crime e que tentou evitar a briga que terminou na morte do cabo Samuel Borges. Por inúmeras vezes, o réu alegou que não tinha a intenção de tirar a vida do cabo da PM.  

Cabo Samuel Borges da PM foi morto em 2019
reprodução

  

“Em nenhum momento excelência saí de casa com o intuito de cometer crime. Ingressei na polícia em 2010 em São Luís, em seguida fui trabalhar em Presidente Dutra e região. [...] sempre trabalhei dedicado ao meu serviço, não dei motivação nenhuma. A todo tempo tentei evitar, por diversas vezes. Se meu intuito fosse cometer esse crime, poderia ter feito quando avistei o Samuel, teria cometido esse ato lá no Xamegão; novamente discuti com ele na Engecop; nenhuma motivação eu dei para que isso acontecesse. Só usei arma de fogo para preservar a minha vida. Hoje em dia poderia ter sido o inverso. Quem poderia está sentado nessa cadeira seria o Samuel e eu tá no lugar dele. Eu poderia perder a minha vida. A todo momento tentei evitar a situação. Em nenhum momento tinha intenção de matar Samuel e tirar a vida dele”, finalizou.

Segundo a justiça, a defesa do réu poderá recorrer da sentença.

Relembre o caso

O crime aconteceu no dia 1º de fevereiro de 2019 quando o cabo da PM, Samuel de Sousa Borges, de 30 anos, estava indo deixar o filho na escola. Depois de desentendimentos entre vítima e acusado, Francisco Ribeiro efetuou três disparos contra Samuel que não resistiu e morreu no local. Horas depois, Francisco foi capturado e identificado como PM lotado no 11º Batalhão de Timon, no Maranhão.

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Fonte: Portal A10+


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