A defesa do policial acusado de atingir a pequena Débora Vitória, 6 anos, durante uma tentativa de assalto no bairro Ilhotas informou à TV Antena 10 que quer a revisão e nova realização de um exame de microbalística no projétil encontrado na criança. Debora Vitória faleceu em novembro, vítima de um tiro, e sua mãe ficou ferida.
O advogado Otoniel Bisneto disse que é de suma importância a realização de um novo exame para que seja comprovado, ou não, que o projétil realmente saiu da arma do policial. Segundo ele, a bala encontrada no corpo da vítima não corresponde com o calibre da pistola do acusado.
“Os efeitos do projétil de arma do fogo no corpo da vítima não correspondem à munição .40 e isso foi o que me levantou a primeira dúvida. A partir de então nós procuramos buscar justamente para esclarecer porque se o policial estiver disparado ele também vai responder, todavia se não foi ele o o autor do disparo há de se convir que ele vem sofrendo um lixamento moral e um assassinato de reputação por conta desse episódio no qual ele estava executando dever dele de defender a sociedade”, disse o advogado de defesa.
Segundo a defesa, a cadeia de custódia em relação ao policial também não foi preservada. “Nós precisamos de um exame de microcomparação balística para detectar de uma vez por todas a origem do projétil, de qual arma a partir do disparo. Ainda tem mais um detalhe, não foi preservada a cadeia de custódia. Então são pequenas situações que ensejam uma investigação mais detalhada e criteriosa, principalmente o exame, porque ele é crucial para informar de qual arma partiu o disparo”.
O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) concluiu o inquérito do caso da morte da pequena Débora em dezembro e indiciou o policial militar envolvido no caso por homicídio doloso. O exame balístico apontou que o tiro que matou a criança saiu da arma do tenente da PM, B. Filho.
O advogado da família de Débora e de sua mãe, o advogado Smaily Carvalho, relatou que nenhum pedido de revisão ou nova realização de exame foi anexada no processo ainda.
“Quanto a um suposto pedido de perícia por parte da defesa de um dos acusados até o momento é inexistente no andamento processual. Acreditamos que nos próximos dias nós tenhamos alguma manifestação por parte da polícia e o andamento normal do processo”, contou.
Relembre o caso
Débora Vitória estava na companhia da mãe, a manicure Dayane Gomes, quando ambas foram surpreendidas por um criminoso em uma motocicleta anunciando um assalto.
Testemunhas relataram à policia que uma terceira pessoa teria visto a situação e reagido com disparos, momento em que se iniciou uma troca de tiros e as vítimas foram atingidas. O caso ocorreu no dia 11 de novembro.
Dayane, a mãe da menina foi alvejada com um disparo de arma de fogo na região da coxa. Ela e a filha foram socorridas, mas a criança não resistiu aos ferimentos e morreu no hospital.
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