Caso Wesley: conselheira diz que mãe deve passar por exames para comprovar sanidade mental - Polícia
CASO WESLEY

Caso Wesley: conselheira diz que mãe deve passar por exames para comprovar sanidade mental

Bebê sumiu no dia 29 de dezembro do ano passado


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(Atualizada às 12h32)

A conselheira tutelar Socorro Arrais contou ao A10+ que ouviu a mãe do bebê Wesley, e ela revelou que seu filho teria morrido de fome em decorrência do jejum religioso feito por toda a família a mando de um ‘profeta’ que tem 12 anos. Socorro afirmou que é notório que Ângela Valéria possui algum transtorno mental, além da influência da família do marido. Ela deve passar por exames que comprovem sua sanidade mental.

 

Mãe da criança deve passar por exames que comprovem a sanidade mental
Reprodução


De acordo com a conselheira é visível que Ângela precisa de tratamento psicológico. “Ela tem um déficit, agora cabe aos órgãos que estão com ela fazer um encaminhamento psiquiátrico. A família dela deu um celular pra que ela se comunicasse com eles, e a família do pai jogou esse celular no fogo também, por que não era pra ter contato com ninguém”, diz.

Ângela detalhou à conselheira como foi o dia que seu filho morreu, a versão dita é a mesma apresentada para a família. “Ela disse que no dia 29, o filho dela que tinha 1 ano e 10 meses começou a chorar, ela botou no braço acalentou até ele parar de chorar e ela viu que ele tinha desfalecido, dai ela entregou pro pai. Saíram o pai, avó e esse suposto profeta, e que quando retornaram eles estavam sem o bebê. Ela perguntou pelo Wesley e o pais disse que tinha jogado no fogo”, revela.

Nesta quarta-feira (23) a perícia encontrou um material no povoado onde vivia a família. Eles analisarão se são restos mortais do bebê que foi queimado em uma caeira.

Vizinha cita comportamento estranho dos pais do bebê

Uma vizinha do casal, que preferiu não se identificar, relatou ao A10+ que os pais do bebê Wesley eram 'esquisitos e estranhos' e que nunca viu a criança. Ela citou que não via movimentação na casa, mas sabia que eles eram crentes. Os pais moravam no povoado Santa Tereza, zona Rural de Teresina.

"Eles não falavam com ninguém, não dava bom dia, nem nada. Ficamos indignados com a história até porque era uma criança. Nunca fui convidada a participar dessa seita e nem quero saber. Depois só soube que eles foram embora. Nunca vi movimentação desse ritual. Só sabia que eles eram crentes e estranhos. Ninguém tinha intimidade com eles", disse.

Medo de denunciar

Em entrevista à TV Antena 10, a mãe da criança, Ângela Valéria, afirmou que não denunciou o caso à polícia, na época do ocorrido, porque estava com medo de sofrer retaliações por parte dos supostos sequestradores.

"Estávamos nervosos e não queríamos contar para a família... e também se os bandidos vissem alguma notícia eles poderiam vir atrás da gente para matar a família. Estávamos com medo. Eles chegaram na praça e pediram para passar a criança. Achávamos que era brincadeira, mas depois eles ameaçaram de atirar", disse.

Entenda o caso

A Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) está investigando o desaparecimento do bebê Wesley Carvalho de Ferreira de 1 ano e 10 meses. A família diz que o bebê foi tomado dos braços da mãe em dezembro de 2021, na praça da Bandeira, Centro de Teresina.

Em entrevista ao A10+, Raimundo Wellington, sobrinho de Angela Valéria, mãe da criança, afirmou que a família só teve conhecimento do caso dois meses após o desaparecimento. Para a família, Angela contou que estava na praça com o marido, pela manhã, esperando o ônibus, já para retornar a sua residência, quando dois homens chegaram armados, e pediram a criança, sob ameaça de atirar no casal e bebê.

  

Caso Wesley: Família ficou duas semanas em jejum e bebê morreu nos braços da mãe
Reprodução

   

"Ela estava em casa, e passou alguns dias sem dá noticia, nós fomos lá para saber como eles estavam, quando chegamos lá, ela deu essa notícia, que tinha ido com o marido dela fazer compras, aí quando chegaram dois homens pedindo a criança, aí eles entregaram a criança. Eles ficaram sem reação", explicou.

Prisão dos suspeitos

A Polícia Civil do Piauíprendeu o pai, a mãe e os avós paternos do bebê Wesley Carvalho Ferreira, 1 ano e 10 meses, que segundo a família teria sido sequestrado em 29 de dezembro na Praça da Bandeira, Centro de Teresina, e que só depois de 42 dias, em 09 de fevereiro deste ano, a tia da criança procurou a delegacia e registrou um boletim de ocorrência. Segundo a polícia, a criança foi sacrificada [queimada] pela família em um ritual.


A Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) deu início às investigações sobre o caso no último dia 15 de fevereiro. Vizinhos e familiares prestaram depoimentos. Na noite de ontem, Ângela, o pai e os avós de Wesley foram presos. Eles foram encaminhados para a Central de Flagrantes.

“Cumprimos quatro mandados de prisões temporárias, sendo do pai, mãe e avós da criança. Eles já foram interrogados e existem alguns fatos obscuros e controversos que precisam ser esclarecidos. A Polícia Civil descarta a hipótese de sequestro e trabalha com outra linha, uma delas, é que a família da vítima ficou em jejum duas semanas e depois colocou fogo em seu corpo. As investigações continuam com intuito de esclarecer a verdade. Iremos fazer perícia no local onde foi indicado que a criança foi morta e sacrificada para trazer elementos técnicos para o bojo da investigação”, explicou o delegado Matheus Zanatta, Gerente de Polícia Especializada da Polícia Civil do Piauí.

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