Sem solução, greve dos motoristas e cobradores de ônibus completa uma semana em Teresina - Geral
CRISE NO TRANSPORTE

Sem solução, greve dos motoristas e cobradores de ônibus completa uma semana em Teresina

Categoria busca assinatura da convenção coletiva, mas esbarra em negociação com Setut


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(Atualizada às 11h15)

A greve dos motoristas e cobradores do transporte coletivo completou uma semana nesta segunda-feira (20) em Teresina. O movimento teve início no último dia 13 e até agora não foi solucionado. Entre as reivindicações, o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Rodoviários no Estado (Sintetro) pede assinatura da convenção coletiva.

Sem solução, greve dos motoristas e cobradores de ônibus completa uma semana em Teresina
TV Antena 10

   

Os trabalhadores não aceitaram o reajuste de 6% no salário, além de 20% no auxílio alimentação e 33% no auxílio saúde. Os trabalhadores realizaram uma assembleia com representantes do Setut na manhã desta segunda (20), mas não chegaram a um acordo, portanto, a greve continua na capital por tempo indeterminado, revelou o presidente do Sintetro, Antônio Cardoso ao A10+. 

O movimento iniciou após uma série de paralisações e impasses sobre o pagamento de subsídios e salários  entre o Setut e a Prefeitura. Além da convenção, os trabalhadores lutam pelo reajuste salarial, além de outros benefícios. 

Motoristas e estudantes realizam ato no Centro de Teresina
Laura Parente / A10+

   

Na quinta-feira (17), cobradores, motoristas e estudantes se mobilizaram em ato para reivindicar o pagamento dos salários atrasados dos trabalhadores do transporte e o direito à mobilidade urbana na capital. Na ocasião, o presidente do Sintetro, Antônio Cardoso, afirmou que a categoria se nega a negociar com o Setut e denunciou o suposto desinteresse da prefeitura para dialogar com a classe.

"Ele [prefeito] ignora a gente. Tem um secretário chamado Michel Saldanha, antes de ser secretário ele era advogado e até conversava com a gente, agora ele está em um pedestal muito alto, nós somos praticamente nada pra ele, porque ele é o secretário direto do prefeito pra estar negociando essas questões. Já que ele disse que a STRANS não tem essa prerrogativa de estar resolvendo mais problemas no transporte. Eu acho estranho porque normalmente é a Strans que negocia com as empresas e através da gente", disse. 

Antônio Cardoso, presidente do Sintetro
Jade Araújo / A10+

 

Em entrevista à TV Antena 10, o prefeito Dr. Pessoa disse que resolveria o problema do transporte coletivo ainda esse mês, mas não mencionou como. O Sindicato patronal alegou que a prefeitura deve repassar R$ 5 milhões para manter o sistema funcionando dentro da normalidade.

A prefeitura, por meio da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (Strans), também se comprometeu a repassar na semana passada R$ 1,5 milhão para o Setut  na tentativa de encerrar a greve dos trabalhadores, mas o sindicato patronal informou que o valor ainda não foi repassado.

Decisões

O desembargador do TRT, Téssio da Silva Torres, estabeleceu a circulação de 100% da frota nos horários de pico, sendo pelo menos três horas pela manhã (de 6h às 9h) e três horas no final do dia (de 17h às 20h), de segunda a sexta-feira, e, aos sábados, das 6h às 9h e das 12h às 15h. Nos demais horários e domingos a categoria deve assegurar o funcionamento de 80% da frota. Na decisão, ele prevê ainda multa de R$ 50 mil em caso de descumprimento. 

Sintetro pede que TRT reconsidere liminar sobre frota de ônibus; greve é mantida em THE
Jade Araújo / A10+


Ainda na semana passada, a juíza titular de Vara do Trabalho, Thania Maria Bastos Lima Ferro, do Tribunal Regional do Trabalho do Piauí (TRT-PI), determinou que as empresas responsáveis pelo transporte público de Teresina realizassem o pagamento do salário referente ao mês de fevereiro aos cobradores e motoristas. De acordo com o documento, obtido pelo A10+, o descumprimento da decisão pode gerar multa de R$ 1 mil por dia sobre cada trabalhador.

Impasse

O presidente da Câmara Municipal, o vereador Enzo Samuel, alegou que vai acionar o poder judiciário, caso a Prefeitura não resolva a situação do transporte público da capital em 30 dias. Há mais de um mês, os vereadores de Teresina entregaram ao prefeito de Teresina um conjunto de medidas de consenso entre os líderes dos blocos partidários para a crise no transporte público.

“Tempo da escravidão já passou”, diz Sintetro 

"Desembargador, com todo respeito, olhe para nossa situação... passou o tempo da escravidão, nós queremos dignidade e respeito", descreveu Antônio Cardoso, presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Rodoviário (Sintetro) sobre a decisão do Tribunal Regional do Trabalho do Piauí (TRT-PI) que determinou a circulação de 100% da frota dos ônibus nos horários de pico durante a greve em Teresina.

Sintetro fez duras críticas ao prefeito e Setut
Jade Araújo / A10+


O presidente do Sintetro lamentou a decisão do TRT-PI e teceu duras críticas ao Setut que, segundo ele, não cumpre a ordem da Strans para circulação de mais de 200 ônibus na capital. A decisão do TRT-PI atende uma ação cautelar ajuizada pelo Sindicato das Empresas de Transporte Urbano (Setut). O desembargador destacou que a greve de motoristas e cobradores compromete a prestação de serviços essenciais à população, como o transporte público e a saúde.

"Avaliação que a gente faz é de tristeza. Judiciário que é especialista em direitos trabalhistas, aceitar um pedido do Setut para colocar 100% dos ônibus nos horários de pico. 100% de que? Quem descumpre as obrigações de rodar com o transporte é o Setut. A Strans emite todo dia uma ordem de serviço de 250 veículos que o Setut nunca cumpriu. Essa ordem precisa ser é para o Setut", disse o sindicalista em entrevista ao A10+.

Fonte: Portal A10+


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