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O tenente da Polícia Militar envolvido no assalto que ocasionou na morte da menina Débora Vitória, de 6 anos, afirmou em depoimento no DHPP que só reagiu porque o bandido atirou primeiro. O caso ocorreu no dia 11 de novembro no bairro Ilhotas, zona Sul de Teresina.
Ao A10+, o advogado Otoniel Bisneto, que representa a defesa do PM, relatou que o sargento estava em casa quando pessoas o chamaram informando que estava acontecendo um assalto. No depoimento, o policial disse que reagiu ao tiro efetuado por Clemilson. A mãe da vítima alegou que o disparo que matou sua filha teria saído da arma do policial.
“Ele estava na porta de casa quando esse sujeito (Clemilson) já vinha fazendo uma série de assaltos e as pessoas avisaram que estava tendo um assalto bem próximo da casa dele. Aí ele foi intervir, que é a obrigação dele. Houve o primeiro disparo que foi do Clemilson, que estava com um revólver e atirou e que por isso o tenente reagiu”, disse.
A arma do policial foi apreendida e encaminhada para a perícia para exame pericial de confronto balístico para elucidar de qual arma saiu o disparo que atingiu a menina. Para o advogado, as circunstâncias levam a crer que o projétil que atingiu Débora Vitória, não partiu da arma do sargento da PM, mas somente o exame vai comprovar essa hipótese.
“A gente supõe que o projétil não é da arma do tenente, porque um tiro de .40 atingindo o corpo de uma criança quando você vai fazer todo o exame, calcular força, massa, carga, energia, essas coisas, o estrago seria muito grande”, explicou.
O assaltante, Clemilson da Conceição, de 29 anos, foi preso no dia crime em um terreno baldio. Ele foi indiciado por tentativa de latrocínio. O resultado da balística, segundo o advogado, deve sair essa semana e deve elucidar o caso. Ele também teceu críticas à opinião pública sobre condenar o PM.
“Essa narrativa de condenar o policial é um pouco cansativa. A criança é filha do Gideão. O Gideão inclusive está preso, justamente porque ele já estava atrás dos caras que mandaram matar a filha dele e a mulher dele. São histórias extraoficiais que ficam nos bastidores. Aí a mãe só condena o policial? Por que ela só condena o policial? Quando o policial foi intervir justamente pra salvar”, declarou.
Mãe pede justiça e afirma que disparo saiu da arma de policial
A manicure Dayane Gomes, mãe de Débora Vitória, morta durante uma tentativa de assalto em Teresina, afirmou que um policial - ainda não identificado- teria sido o responsável por efetuar os disparos que mataram sua filha na última sexta-feira (11) no bairro Ilhotas, zona Sul Teresina.
Em vídeo postado nas redes sociais, Dayane Gomes relatou o que teri acontecido no assalto e afirmou que os disparos foram efetuados pelo policial. Ela comentou que o criminoso não iria atirar. A manicure negou que tenha reagido ao assalto e pediu para o policial não efetuar os disparos.
“Tem muita gente dando versão que não é verdadeira. Íamos sair ilesas disso tudo, mas por irresponsabilidade de um policial que não é preparado para estar com uma arma na cintura, aconteceu tudo isso. A minha filha não está mais aqui comigo por irresponsabilidade. Ele estava bêbado na porta da casa dele. Ele não pensou em mim, na minha filha, quem tava na frente do bandido que tava por trás da gente e ele atirou. Ele não mediu esforços para defender nem eu, nem minha filha, ele não ia atirar [o criminoso] eu só entreguei o celular, nem arma ele tirou da cintura. Ele veio de lá, eu pedindo pra ele não atirar e atirou. O primeiro tiro foi da arma dele, que atingiu minha filha. Veio dele, foi ele que matou minha filha”, desabafou.
Bastante abalada, Dayane pediu justiça pela morte da menina e narrou os últimos momentos de Débora, que caiu do seu lado. A menina chegou a ser socorrida, mas morreu ao dar entrada no hospital.
"Foi de imediato. Quando ele atirou [O policial] a minha filha caiu aqui do lado e eu peguei ela aqui, quando eu peguei eu senti ela sangrando muito aqui do lado que o policial estava, mas se ele não tivesse atirado o bandido não teria reagido. Eu estou sem chão, eu só quero justiça e deixar bem claro que é só justiça. Nada que acontecer a partir de hoje vai trazer de volta a minha filha", declarou.
Dayane comentou que a menina completou seis anos de idade em outubro. "Ela deu o último suspiro de mim. Ela fez seis anos agora dia 25 de outubro, fiz aniversário dela. É muito doloroso, porque eu nunca pensei em passar por isso", finalizou.
Investigação
A Polícia Civil do Piauí instaurou dois inquéritos em relação ao crime que vitimou a pequena Débora Vitória, 6 anos, durante uma tentativa de assalto no dia 11 de novembro, no bairro Ilhotas. Segundo a delegada Natália Figueiredo, um deles é de tentativa de homicídio e o outro ainda será tipificado após conclusões.
A delegada Natália Figueiredo disse que Clemilson da Conceição, de 29 anos, foi indiciado por tentativa de latrocínio. O segundo inquérito será tipificado após a microcomparação balística que comprovará se o disparo que assassinou Débora partiu da arma do assaltante ou do policial à paisana que estava no local.
Relembre o caso
Débora Vitória estava na companhia da mãe, a manicure Dayane Gomes, quando ambas foram surpreendidas pelo criminoso em uma motocicleta que anunciou o assalto.
Testemunhas relataram à policia que uma terceira pessoa teria visto a situação e reagido com disparos, momento em que se iniciou uma troca de tiros e as vítimas foram atingidas. O caso ocorreu no dia 11 de novembro.
Dayane, a mãe da menina foi alvejada com um disparo de arma de fogo na região da coxa. Ela e a filha foram socorridas, mas a criança não resistiu aos ferimentos e morreu no hospital.
O A10+ apurou que Clemilson foi localizado em um terreno baldio nas imediações de um supermercado entre o bairro Ilhotas e Vila Ferroviária em Teresina. Ele foi levado para delegacia e ficará à disposição da justiça.
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Fonte: Portal A10+
