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(Atualizada às 10h55)
Thiago Mayson da Silva Barbosa, de 28 anos, acusado de estuprar e matar a estudante de Jornalismo, Janaína da Silva Bezerra, de 22 anos, após calourada na Universidade Federal do Piauí (UFPI), em janeiro deste ano, vai a júri popular e será julgado por quatro crimes: homicídio, estupro de vulnerável, fraude processual e vilipendio de cadáver. O crime de homicídio terá duas qualificadoras: feminicídio e meio cruel. O julgamento ocorreria nesta quinta (17), mas foi adiado pela falta de quórum.
À TV Antena 10, a família da estudante afirma que a expectativa é que o acusado seja condenado e que a justiça seja feita. A espera para entrar e acompanhar o julgamento, familiares também narram a dor vivida durante todos os dias desde a morte da estudante.
"É muito difícil. Eu espero justiça. Não traz minha filha de volta, mas a gente só clama por justiça. Nao está sendo fácil. Todos os dias para mim é como se fosse ontem. A dor todo tempo é a mesma, pro resto da minha vida. Foi muita maldade, sem amor no coração, ele não tem amor por ninguém. Foi um mostro que tirou a vida da minha filha", lamenta Maria do Socorro, mãe de Janaína.
Leidiane Maria, irmã de Janaina também narra com emoção a dor que vem enfrentando. Ela contesta o fato da família não poder acompanhar o julgamento, mas pede que Thiago Mayson seja condenado.
"O que a gente quer é só justiça. Porque foi um assassinato brutal e repercutiu muito. Eu tenho muita fé em Deus que vai ser feita. A gente está aqui, a gente da família está sendo impedida de entrar. Desde o início para que a gente nao teve paz. Só sofrimento. Só a família sabe o que está passando", explica.
De acordo com a representante do coletivo de assistência de acusação, Jessica Lima, a expectativa é pela pena máxima seja aplicada.
"O que a gente espera hoje como assistente de acusação é que a justiça seja feita. Todos os crimes oferecidos na denuncia sejam de fato potencializados. O grande fato desse caso da Janaina é que esse é o início do processo de justiça. A Janaína foi vítima de uma extrema vulnerabilidade, não só violência, mas também de uma violência estrutural. Ela foi morta dentro de uma espaço que era para ser seguro para aquele corpo feminino, sobretudo preto e periférico. Então a gente entende o caso da Janaína como um marco, como uma necessidade de fazer desse caso como precedente para outros casos de feminicídio no estado. Tanto no tocante a agilidade do júri, para que as famílias possam vivenciar o luto, mas também em outros quesitos como o processo indenizatório", afirma.
A defesa chegou a pedir o adiamento do julgamento, mas o pedido não foi acatado. A previsão é que o julgamento dure o dia todo.
Relembre o caso
Janaína Bezerra, de apenas 22 anos, foi assassinada em uma sala da UFPI, após calourada ocorrida entre a noite de sexta-feira, 27 de janeiro, e a madrugada de sábado, dia 28. Thiago foi preso horas depois e teve a prisão preventiva decretada pela justiça no domingo, dia 29.
Em depoimento à polícia, ele contou que já conhecia a vítima e teriam “ficado” em outras ocasiões. Ele relatou que estavam em uma “calourada” na UFPI e que por volta das 2h convidou a jovem para seguirem a um corredor e em seguida se dirigiram a uma das salas de aula onde praticaram sexo consensual e que após a prática sexual a vítima teria ficado desacordada por duas ocasiões, sendo a última por volta das 4h.
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Fonte: Portal A10+