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A delegada Nathália Figueiredo, do núcleo de feminicídios do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), conversou com a TV Antena 10, na manhã desta quarta-feira (1º), e voltou a reforçar que a errata feita no inquérito que analisa a morte da pequena Débora Vitória não muda a conclusão e que foi apenas uma alteração na legenda de uma foto por um pequeno erro ortográfico. O laudo confirma que o disparo que matou a criança partiu da arma do policial militar José da Cruz Bernardes Filho, como já havia sido anunciado pelo A10+ em maio de 2023.
Durante entrevista a delega explicou que é importante reforçar a afirmativa, visto que a circulação de inverdades pode influenciar diretamente no julgamento do acusado. Portanto, reforçou que após uma análise detalhada e precisa, a afirmação de que o policial seria o autor do crime segue como a conclusão final do inquérito. Na terça (30), a defesa do policial voltou a rebater o laudo divulgado.
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"Ontem foram ditas algumas inverdades no que tange ao laudo. Primeiramente, a expressão que foi utilizada pelo advogado, afirmando que essa errata foi tirada dos pólos do inquérito. Isso é inverdade, até porque logo que foi produzida essa errata, ela foi juntada aos laudos ainda em 2023. E essa errata, ela só está se referindo a uma pequena confusão que foi feita no laudo no que tange a legenda de fotos. Ou seja, houve um equívoco em relação a legenda de fotos e um pequeno erro ortográfico ao final. O que nada alterou na conclusão do laudo. O laudo é categórico ao afirmar que o disparo de arma de fogo que vitimou a criança Débora partiu da arma do policial militar", explicou.
Relembrando as investigações, a delegada voltou a explicar que foi comprovado em exame balístico que o tipo da munição encontrado era o mesmo que constava na arma do militar. "A munição utilizada não foi do tipo bonded, que é uma munição ogival. A munição utilizada no caso da Débora, era munição tipo gold hex que é ponta oca. Que realmente existe uma probabilidade que foi o que aconteceu do descolamento do encamizamento do núcleo de chumbo", disse.
Reprodução
Por fim, questionada sobre a ameaça de processo do advogado de defesa do acusado à mãe de Débora Vitória, a delegada afirmou que ela estava está pautada no que foi constatado no inquérito.
"Olha, no que tange a afirmação da mãe da criança, ela está pautada naquilo que foi provado no inquérito. A questão de ter realizado o registro de imagem, isso já não cabe a nós analisarmos. Isso aí é uma questão dela com o advogado do acusado. Agora, a afirmação dela no que tange, a autoria, ela está pautada em algo que foi provado no inquérito", concluiu.
Defesa de acusado apresenta errata de laudo
O advogado Otoniel Bisneto, que representa o policial José da Cruz Bernardes Filho, apresentou à TV Antena 10 e ao A10+ nesta terça-feira (30), uma errata dos resultados do exame de microcomparação balística da arma de seu cliente e do assaltante preso envolvido no caso; o PM é acusado de ter disparado o tiro que matou a menina Débora Vitória, de 6 anos, em novembro de 2022, em Teresina. Em resposta às declarações da defesa, a delegada Nathália Figueiredo, responsável pelo caso, esclareceu ao A10+ que a errata mencionada pelo advogado não altera o conteúdo técnico do laudo que aponta o PM como autor do disparo contra a criança.
De acordo com o advogado, o novo documento apontaria falhas em exames anteriores e reforçaria que o projétil que atingiu a criança não teria sido disparado pela arma do militar. Ele ainda argumenta que há uma tentativa de difamar seu cliente nas redes sociais. Na segunda (29), o A10+ mostrou que a mãe da vítima avistou o acusado, por acaso, na sede do Detran. O encontro, inesperado, provocou um sentimento de impunidade na manicure que, até hoje, espera o julgamento acerca do caso.
Relembre o caso
Em novembro de 2022, Débora Vitória estava na companhia da mãe, a manicure Dayane Gomes, quando ambas foram surpreendidas por um criminoso em uma motocicleta que anunciou o assalto no bairro Ilhotas, em Teresina. Testemunhas relataram à polícia que uma terceira, o policial José da Cruz, teria visto a situação e reagido com disparos, momento em que se iniciou uma troca de tiros e as vítimas foram atingidas. O caso ocorreu no dia 11 de novembro e um projétil disparado pelo PM atingiu a menina.
Reprodução
A mãe da menina foi alvejada com um disparo de arma de fogo na região da coxa. Ela e a filha foram socorridas, mas a criança não resistiu aos ferimentos e morreu no hospital. O assaltante foi preso, e a perícia confirmou que o tiro que matou a menina partiu da arma do policial, que acabou indiciado. No entanto, até hoje ele nunca foi julgado.
Em audiência, PM acusado de atirar em Débora Vitória negou crime
Audiência de instrução e julgamento do tenente da Polícia Militar do Piauí, José da Cruz Bernardes Filho, acusado de disparar contra a menina Débora Vitória durante uma tentativa de assalto em novembro de 2022, foi realizada, em setembro de 2023, na 2ª Vara do Tribunal Popular do Júri. A mãe da criança, a manicure Dayane Gomes, testemunhas e o policial compareceram para depor acerca do caso para a juíza Maria Zilnar Coutinho Leal.
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Fonte: Portal A10+