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A manicure Dayane Gomes, mãe de Débora Vitória, menina morta em 2022 após ser atingida por um disparo de arma de fogo, acabou encontrando por acaso José da Cruz Bernardes Filho, apontado como autor do crime. O encontro aconteceu na manhã desta segunda-feira (29), na sede do Detran, em Teresina, e deixou a mãe revoltada.
Em entrevista ao A10+, Dayane Gomes contou que o encontro aconteceu de forma inesperada e acredita que o acusado não a reconheceu. Ao vê-lo, entrou em crise e ficou sem reação. Segundo ela, o que prevalece é um profundo sentimento de revolta. Quase 3 anos depois, a família até hoje aguarda o julgamento.
"Quando eu me direcionei para sair, eu vi que ele estava vindo para o meu rumo e eu levantei, e a única coisa que eu fiz foi pegar o telefone e comecei a gravar. Eu não tive reação de falar nada e gravei ele. Mas a sensação é de impunidade, é de saber que uma pessoa que matou uma criança anda livre, anda solto, fazendo e acontecendo, sabe? E que, achando que matou um cachorro, porque a minha filha não era cachorro, mas é como se fosse. Então, aí, ele tá solto, vivendo a vida dele e nada aconteceu e isso é um sentimento de revolta, sabe? A impunidade é muito grande, muito grande", disse a manicure ao A10+.
Ela ressaltou a tristeza de avistar o autor do crime vivendo em liberdade e disse que jamais vai esquecer a situação. "Quem bate, esquece, mas quem apanha, nunca esquece. E eu não esqueci e nem vou esquecer", lamentou.
Relembre o caso
Em novembro de 2022, Débora Vitória estava na companhia da mãe, a manicure Dayane Gomes, quando ambas foram surpreendidas por um criminoso em uma motocicleta que anunciou o assalto no bairro Ilhotas, em Teresina. Testemunhas relataram à polícia que uma terceira, o policial José da Cruz, teria visto a situação e reagido com disparos, momento em que se iniciou uma troca de tiros e as vítimas foram atingidas. O caso ocorreu no dia 11 de novembro e um projétil disparado pelo PM atingiu a menina.
Reprodução
A mãe da menina foi alvejada com um disparo de arma de fogo na região da coxa. Ela e a filha foram socorridas, mas a criança não resistiu aos ferimentos e morreu no hospital. O assaltante foi preso, e a perícia confirmou que o tiro que matou a menina partiu da arma do policial, que acabou indiciado. No entanto, até hoje ele nunca foi julgado.
A manicure Dayane Gomes, testemunhas e o policial chegaram a depor acerca do caso para a juíza Maria Zilnar Coutinho Leal. "Eu afirmei que a bala que tinha atingido ela, tinha saído da arma do policial. E os exames comprovaram isso.[...] Faz dois anos e três meses e aqui estou esperando que o julgamento seja marcado porque até então tudo prova que foi ele, teve audiência de instrução, mas até agora a Juíza não marcou", disse a mãe da criança em reportagem especial do Cidade Alerta Piauí da TV Antena 10.
Em audiência, PM acusado de atirar em Débora Vitória negou crime
Audiência de instrução e julgamento do tenente da Polícia Militar do Piauí, José da Cruz Bernardes Filho, acusado de disparar contra a menina Débora Vitória durante uma tentativa de assalto em novembro de 2022, foi realizada, em setembro de 2023, na 2ª Vara do Tribunal Popular do Júri. A mãe da criança, a manicure Dayane Gomes, testemunhas e o policial compareceram para depor acerca do caso para a juíza Maria Zilnar Coutinho Leal.
José da Cruz Bernardes negou que estivesse sob efeito do álcool quando tentou intervir na ação criminosa Clemilson da Conceição Rodrigues, que foi condenado a 26 anos e 8 meses de prisão pela tentativa de latrocínio contra a manicure, além por crime de roubo. A defesa do PM ainda tentou adiar a audiência.
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Fonte: Portal A10+